Fazer dinheiro ficou entediante. Ainda bem.
- Gustavo Sette
- há 14 minutos
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Enquanto essa rede idolatra os foguetes do Elon Musk, a IA que faz café e o CEO que chorou na reunião de feedback, uma outra economia — real, silenciosa e, sim, absolutamente sem charme — segue movimentando bilhões todos os dias.
Ontem li um artigo muito interessante na capa do Wall Street Journal chamado “Making Money Has Become Boring — and That’s a Good Thing”.
Ele dizia que, nos EUA, há uma geração de milionários em negócios nada glamourosos: limpeza de gordura de restaurante, instalação de portas corta-fogo, reciclagem de óleo de cozinha, peças industriais e afins.
É a economia dos setores “chatos”.
Dos empresários que ninguém convida pra dar palestra no SXSW, mas que estão milionários.
Gente que não aparece na Forbes Under 30 porque estava... trabalhando.
No interior. Sem pitch. Sem storytelling.
Sexy? Zero. Lucrativo? Muito.
Eu mesmo já atendi negócios assim: distribuidora de peças elétricas. Fabricante de blocos de concreto. Fios cirúrgicos. Serviços de calibração de máquinas. Farmácia. Salão de beleza.
Empresas que não têm espaço pet nem berçário para bebê reborn — mas têm caixa. Todo mês.
O problema é que a mídia e as redes sociais nos fazem acreditar que só existe “economia de verdade” quando tem um TEDx no caminho, mas boa parte do jogo real acontece longe do hype.
Talvez essa economia "chata" e sem glamour seja a economia de verdade.
A que gera 80% dos empregos, do PIB e resolve problemas reais.
Eu adoro atender esse tipo de empresa.
Porque trazem pessoas mais verdadeiras, dores mais concretas e uma relação mais sincera.
Elas não querem uma imersão de propósito 4.0 no Butão. Nem uma jornada de IA com influenciadores no "Vale".
Querem melhorar a comunicação interna, a gestão de pessoas, o planejamento estratégico, a formação de sucessores.
Para esse tipo de consultoria “chata” para empresas “chatas”... Sou um consultor “chato”. E faço esse trabalho com gosto.
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