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Deu no NY Times: fundadores desistindo de negócios rentáveis pois não acham sucessores!

  • Gustavo Sette
  • 3 de jan. de 2023
  • 2 min de leitura

Em uma belíssima reportagem, o New York Times retratou um grave problema para a economia japonesa: Mais de 600 mil empresas lucrativas devem fechar as portas nos próximos anos por falta de sucessores e mesmo funcionários interessados em continuá-las.



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O assunto se tornou um problema de Estado pois estamos falando em 6,5 milhões de empregos em uma economia estagnada. Há isenções e benefícios para novos donos. O tema também atraiu fundos especializados em comprar empresas que ninguém quer... E os descontos são espetaculares.


Posso apostar que muita gente que lê essa notícia já pensa em uma sentença pronta: filhos acomodados, mimados, preguiçosos, que não tem gratidão pelos pais que fizeram isso por eles.


Pode até acontecer, mas não creio que é a maioria dos casos.


A empresa usada como exemplo na matéria é em uma fazenda, em uma região distante e muito fria. O dono tem 73 anos e usa a mentalidade que vemos sempre por aí: trabalha o dia inteiro, controla tudo, repete que o negócio não sobrevive sem ele e que vender não é uma opção.


A história se repete em várias empresas familiares, o que gera desinteresse dos herdeiros e, em muitos casos, ressentimento. A empresa da família, além de não ter dado um espaço viável, roubou tempo e atenção dos pais. Para muitos fundadores, a empresa é o filho favorito.


O ressentimento atravessa gerações. O dono da fazenda anunciou que aceita repassar o negócio pelo valor de zero ienes e, quem quiser, leva tudo. Os filhos não ficam com nada, nem com a terra, nem com uma participação. É tudo ou nada.


Admiro a preocupação do governo japonês com essa crise sucessória, e já li iniciativas de outros governos, inclusive de estados americanos. Conversas, palestras, artigos, eventos, todas essas ferramentas são uteis, mas não há muito a fazer se o fundador / dono não quiser mexer com o futuro.


Esse é o cenário mais provável em pelo menos metade das empresas e não vejo mudanças no curto prazo – nem no Japão, nem no Brasil, nem em outros lugares.


O que recomendo a empresários, sucessores e executivos das empresas nessa situação é preparar-se para o cenário mais provável e realista. Se o dono não quer planejar o futuro, como colocar-se na melhor situação diante da realidade? Corra atrás!

New York Times, 03/jan/2023

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