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Abílio: o estereótipo do fundador na vida real

Uma leitura rápida dessa entrevista com Abílio Diniz ajuda muito a entender as características de alguns líderes de famílias empresárias.




“Sou jovem, tenho filhos pequenos para criar e jamais pensarei em me aposentar”, diz o senhor de 84 anos.


Os “filhos pequenos” devem ser do 2º casamento, pois os do 1º estão com 50 a 60 anos. A 2ª esposa tem 35 anos a menos, os filhos estão na faixa dos 15 anos e a família tem um patrimônio de bilhões de dólares, mas Abílio acredita que todos dependem dele.


Muitos fundadores gostam de ter todos por perto e dependentes, chegando a atrapalhar o desenvolvimento dos sucessores, o que é o oposto do que defendia o artigo de Leandro Karnal que comentei esses dias, que dizia que a tarefa de um bom pai é justamente tornar-se desnecessário. O pai que faz diferente sofre “um deslize de vaidade”.


Não questiono o brilhantismo, o sucesso do empresário e do empreendedor e nem as intenções do pai, mas sim o fato de que as competências usadas para conquistar tal sucesso jogam contra as competências necessárias para formar sucessores felizes e com brilho próprio.


O que fazer com um pai como Abílio? Acho que exatamente o que os filhos dele fizeram: seguiram a própria vida. Pesquise entrevistas com os herdeiros e leia relatos sobre a dificuldade em ter um pai tão intenso e tão brilhante no mundo dos negócios.


Estadão, 07/5/21


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