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  • Gustavo Sette

Lealdade corporativa é coisa do passado? DISCORDO!

Semana passada li um artigo interessante no Valor, sobre quanto tempo devemos ficar na mesma empresa. Para o colunista, as relações de longo prazo pertencem ao velho mundo e são restritas a um grupo muito pequeno de profissionais.


Discordo!


Para quem quer seguir uma carreira corporativa, penso que é preciso encarar o começo dela como uma fase de experimentação, procurando algo que valha a pena investir, ou seja, um emprego que reúna uma combinação aceitável de 3 fatores: algo que você faz bem, que consegue gostar (amar é utopia) e que tenha mercado, tenha valor.

Essa fase de experimentação pode ser de algumas trocas de trabalho, até porque, no começo de carreira, o profissional é sujeito a receber propostas com muita diferença salarial.


Chega uma hora, digamos que até os 30 anos, em que é bom firmar em algum caminho, de realizar um projeto mais completo e viver os benefícios da lealdade. O executivo já namorou bastante e agora é hora de encontrar um emprego “para casar”, pois é difícil chegar aos grandes cargos e grandes salários sem entregar alguns anos de lealdade.


É claro que, no meio do caminho, uma troca de emprego é sempre uma estratégia a se considerar, mas não como forma de desviar dos obstáculos naturais da carreira e da vida. Mais do que isso, devemos combater a romantização do pula-pula e a rotulação de que a lealdade presume mediocridade e acomodação.


Basta pensar com a cabeça do empresário, do dono. É natural que ele reserve os grandes cargos, as grandes boladas para quem demonstra lealdade.


Consultorias, palestrantes e escolas tentam, de diferentes formas, vender a ideia (e a palestra, o livro, o curso) de que os nossos tempos são muito diferentes, super especiais e únicos. Eu acho que nós não estamos com essa bola toda e que muitos conceitos não mudam assim tão rápido. Lealdade corporativa é um deles.


Fonte: coluna de Rafael Souto no Valor Econômico, 26/1/24




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