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  • Gustavo Sette

Dono não escolhe sucessor

O interessante movimento de Bernard Arnault, fundador da Louis Vuitton, ao adicionar mais dois filhos ao Conselho de Administração da LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), nos leva a refletir sobre o futuro dessa potência do luxo. A capa de hoje do Financial Times destaca essa decisão que provoca especulações sobre os rumos da sucessão na empresa.


🌐 Insights sobre a notícia:

Antes de tirar conclusões precipitadas, é crucial lembrar que notícias de jornais muitas vezes oferecem apenas uma perspectiva limitada. O ambiente das famílias empresárias é complexo, e apenas os envolvidos internamente compreendem verdadeiramente os desafios e decisões em jogo.


🔄 Fundador x Sucessor:

Contrariando a visão de que Arnault estaria promovendo uma competição entre seus filhos para a escolha do sucessor, minha interpretação diverge. Acredito que a nomeação dos filhos para o Conselho não visa criar uma disputa, mas sim fomentar um processo colaborativo, onde, juntamente com outros conselheiros, os filhos (novos donos) definirão o melhor caminho para o futuro da empresa. O pai deu formação, deu um trabalho e uma cadeira no conselho... Quando partir, os conselheiros que se decidam.


🎬 Lições de Succession:

A série Succession ilustra vividamente como o processo sucessório pode se tornar um verdadeiro drama familiar. O fundador, ao criar uma disputa complexa e massacrante para escolher o sucessor, acabou nem sequer influenciando a escolha. O desfecho na série, assim como na realidade corporativa, demonstra que, muitas vezes, o drama não serve para nada. No fim, quem escolhe o sucessor são os novos donos, no caso representados pelo conselho, após o fundador já ter partido.


🤔 Quem escolhe o sucessor?

Em meu trabalho com sucessores, faço muito essa provocação. Todos querem tratar de sucessão com o fundador, que, enquanto vivo, detém o controle, mas esse poder se dissipa após sua partida. A decisão do sucessor recai sobre os novos donos, seguindo a lógica de que aqueles que assumem os riscos também decidem sobre o futuro da organização.


💡 Reflexões finais:

Ao abordar a sucessão, é imperativo que as empresas considerem construir o caminho com os futuros donos. O controle é efêmero, e o conselho emerge como o protagonista na determinação do sucessor. Em última análise, é esse grupo, o dos novos donos, que moldará o futuro empresarial. Como bem disse um empresário com quem trabalhei, "morto não vota".


O tempo nos dirá se Arnault está criando uma competição ou forçando uma colaboração entre os filhos. Fiz a minha aposta, mas vamos acompanhar os próximos movimentos.


Financial Times, 23/jan/24




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