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  • Gustavo Sette

Como líder, CEO da Vale deveria acabar com o impasse sucessório

Eu sei que o salário é bom e liderar a maior empresa privada do Brasil deve ser um baita prestígio, mas há situações em que um executivo precisa seguir em frente, ou SAIR da frente.


A sucessão na Vale está emperrada desde o começo do ano. O conselho de administração tem como regra renovar ou não o mandato do CEO a cada 3 anos, ou abrir um processo seletivo que pode ter, inclusive, o atual CEO como candidato.


A situação chegou a um impasse inédito, em que nada se decide. O conselho está rachado, fala-se até em mudar as regras para um mandato menor, além da tentativa de interferência do governo, que é acionista minoritário.


Um executivo precisa de legitimidade para fazer o seu trabalho. Se após 6 anos no cargo existe esse impasse, eu acho que renunciaria, ou eu mesmo proporia o processo seletivo e me colocaria como candidato.


Lembro aqui do mecanismo de “moção de dúvida” que existe no parlamentarismo, onde os legisladores podem questionar a confiança no governo. Se a moção for aprovada, o governo pode ser obrigado a renunciar ou convocar novas eleições. Essa ferramenta é usada para avaliar o apoio político ao governo e sua capacidade de continuar governando.


O que eu não gostaria seria o risco de liderar sem legitimidade ou, ainda pior, gerar um impasse em uma empresa gigantesca por algo que pode ser confundido como excessivo apego ao poder. O CEO tem um currículo espetacular, tanto em formação quanto em experiência, e já deve ter um patrimônio relevante. Em outras palavras, não precisa colocar-se nessa situação.


Diante desse cenário, a questão que fica é: renunciar, chamar o processo seletivo ou persistir?


Observação: Deixo claro, com toda humildade, que essas reflexões são baseadas apenas nas poucas informações disponíveis na mídia. Pode ter muita coisa que eu não considerei e que mudaria a análise.

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