A sucessão patrimonial é sempre um evento complexo e volátil, repleto de variáveis em constante mudança. Governos ao redor do mundo contam com renomados tributaristas e juristas para arrecadar e complicar a transferência de bens, envolvendo um intricado conjunto de normas, interpretações e "dependes".
Apesar de cientes de que eventualmente enfrentarão a jornada tributária, judicial e emocional relacionada à morte dos pais, sucessores e herdeiros, frequentemente, se colocam em situações desfavoráveis. Acreditam erroneamente que expressões como "meus pais estão organizando" ou "está nas mãos dos advogados da família" serão eficazes quando o momento chegar.
Quanto aos "advogados da família", é importante destacar que a relação de confiança era com os pais. Com o falecimento deles, uma nova relação precisa ser construída, e isso ocorre em meio ao luto, à pressa e diante de uma considerável disparidade de conhecimento.
Todo herdeiro deveria possuir conhecimentos básicos e ter acesso a algum tipo de suporte para o momento do evento. Não se trata de depender da herança para subsistir, mas sim de se preparar para um evento inevitável e complexo.
Valor Econômico, 27/12/23
