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  • Gustavo Sette

Além do Ego: A Coragem dos Líderes em Deixar o Palco no Momento Certo 🎭

No mundo corporativo, o apego ao poder e ao status é uma força poderosa, tão marcante que causa perplexidade quando líderes decidem se retirar no auge de suas carreiras.


Semana passada, o CEO da Vanguard, uma das principais empresas de gestão de investimentos do mundo, anunciou sua aposentadoria aos 55 anos, após um período de seis anos à frente da empresa, durante o qual elevou a carteira sob gestão em 80%, alcançando quase 9 trilhões de dólares.


Mas por que um líder tão bem-sucedido optaria por se retirar? Segundo ele, após 33 anos de dedicação, é hora de abrir espaço para novas oportunidades e deixar que outros liderem. Uma decisão simples em sua essência, porém mal compreendida pela sociedade.


Essa atitude não é exclusiva do CEO da Vanguard. No mesmo setor, o caso clássico foi Peter Lynch, conhecido por administrar um fundo que viu um aumento de U$ 20 milhões para $ 14 bilhões entre 1977 e 1990, escolheu se aposentar aos 46 anos, no auge de sua carreira. Ele poderia ter continuado, acumulando mais bilhões, mas optou por explorar outros caminhos. O esporte também tem ótimos exemplos de quem parou mais cedo do que poderia, mas parou no auge.


Esses exemplos nos convidam a pensar sobre o apego ao poder, especialmente em empresas familiares. Muitas vezes, os líderes hesitam em abrir mão do controle, mesmo quando isso seria o melhor para o futuro da empresa e o desenvolvimento dos sucessores. Esse apego está enraizado na identidade e na autoimagem, alimentando o medo da velhice e da irrelevância.


O que muita gente não tem coragem de falar é que esses líderes que não saem, no fundo, não estão preocupados com o melhor para a empresa e sua continuidade, mas sim com sua autoimagem e ego. É raro encontrar líderes dispostos a passar o bastão, mas seus exemplos ressoam como inspiração.


👔 Para os Sucessores: Lembre-se de que o que é discutido neste artigo é exceção. Se você trabalha em uma empresa, familiar ou não, cujo líder não sinaliza que vai sair, acredite, ele não vai sair. Portanto, pense bem se é a melhor decisão para a sua carreira e fique em paz com ela.


Revista Barrons, 11/3/2024




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